Temos sempre um outro amanhã

O que vou escrever no post de hoje, o primeiro desta semana, não era bem aquilo que tinha planeado, a verdade é que acabei por ir colocando como prioridade outras coisas e os meus pensamentos foram saindo do sítio, como se perdessem o rumo. Nos últimos tempos escrever tornou-se um enorme desafio para mim, porque sempre o fiz de uma forma muito sincera, muito transparente, como se as palavras se encontrassem todas muito perto do coração. E, nos dias bons isso é só maravilhoso, o ser capaz de colocar em texto uma série de emoções, sorrisos e até gargalhadas,  mas a verdade é que nos dias menos bons eu sou tramada à séria porque da mesma forma que os meus olhos não mentem eu tenho dificuldade em usar palavras que não sejam o retrato mais fiel do que estou a sentir. Não é medo de me expor ou de assumir que possa não estar bem, é mesmo o sentir que a vida é mais bonita quando partilhamos coisas boas, abraços, mimos, sorrisos, músicas alegres. 

Nos últimos dias tenho parado um pouco mais e tentado perceber algumas coisas do trajecto que tenho vindo a percorrer. Já disse várias vezes que não me assusta a mudança, o começar de novo, o escrever a primeira folha de um novo livro, já o fiz algumas vezes e mesmo quando correu menos bem, senti zero arrependimento. Teria-me arrependido sim de nunca ter tentado, de ficar eternamente naquela dúvida que muitas vezes nos leva o brilho nos olhos. 

Quando sentimos que estamos menos bem que bom é perceber que não estamos sós, que alguém nos faz sentir importante ao dar-nos um pouco do seu tempo para nos escutar, para nos recordar que é só um momento menos bom, que pode doer muito agora mas que lá à frente há algo muito bonito à nossa espera. É esse acreditar que nos dá o boost de energia que tantas vezes necessitamos para arrancar e seguir viagem. 

Que saibamos sempre agradecer a essas pessoas que não desistem de nós, que acreditam na nossa força, que ao final do dia nos perguntam se estamos bem, se precisamos de algo, são essas e só essas as que devemos manter junto a nós. O resto é, como tanta vez digo, fogo de artifício. Vão lá estar sempre que haja festa mas quando for preciso  "arrumar a tralha" e quando menos dermos conta, já partiram sem um "até amanhã".

Que percamos mais tempo com o que realmente interessa e que o resto se torne somente o resto. A vida, mesmo que às vezes de uma forma não assim tão clara, sabe sempre o que faz. Pode demorar bem mais do que desejamos mas acreditem, sabe mesmo.

Talvez vá precisar de voltar a estas palavras nos próximos tempos, talvez vá precisar de continuar a rodear-me só de gente boa, talvez vá continuar a ter dias em que venho aqui e não me sai uma palavra mas que isso não seja motivo para deixar de acreditar em mim. 

Energias positivas acabam por atrair coisas positivas e esse é o exercício que prometo fazer todos os dias. Se nem sempre resultar temos sempre um outro amanhã. E que amanhã seja melhor.

LOOK: Zara

Com amor,

Mia