Estados de Alma.

 A vida, por vezes, quer seja por motivos profissionais ou pessoais, obriga-nos a fazer uma espécie de análise, uma triagem, uma lista daquilo que é realmente importante para nós.

Os mais atentos, já devem ter percebido que o blog está menos activo ... excesso de trabalho associado a um estado de alma que só sossega em silêncio e, de preferência, sózinha.

Acho que a idade nos traz isto ... esta capacidade de já não sermos capazes de tolerar certas coisas, de perder tempo com quem não nos merece, de fingir que não vemos aquilo que está diante dos nossos olhos.

Mal este ano começou eu já sentia que iria ser um ano de triagem no que diz respeito às pessoas que me rodeiam , e cada vez mais, tenho essa certeza.

O blog foi criado, como já tanta vez disse, como um escape, um espaço onde fosse possível eu partilhar aquilo que gosto.

Mas há momentos em que nem para ele eu me sinto mais capaz. É uma fase. Será certamente uma fase. Mas muitas vezes penso que já me deixei de identificar com tanta coisa da blogosfera que questiono o porque de continuar ...

Acerca da VNO, a qual este ano não fui, simplesmente, porque há realmente alturas na vida em que as prioridades mudam , eu só posso dizer que chego à conclusão que, ao analisar tudo o que já foi mostrado e falado, certamente já não serei uma blogger de moda (expressão esta que eu odeio mas que tanta gente gosta de usar para rotular quem tem blog). Isto porque já não me identifico com nada, com a histeria de ir comprar algo que alguém mostrou e que TODA a gente acha que tem que ter igual ... desculpem mas não consigo mesmo perceber a piada que tem em se vestirem todas de igual, quase da cabeça aos pés, onde fica a nossa própria identidade no meio de tudo isto? Ou perde-se o nosso gosto próprio só porque se seguem em "grupos" ? Não tolero mais as supostas "amizades" que se criam cheias de interesses, e que quando já não servem para nada são descartadas como um par de meias sujo ao final do dia ...

Perdoem-me mas não consigo. 

O dia-a-dia é tão cheio, tão puxado, que aquilo que nos sobra tem de ser aproveitado e vivido com os que amamos, sem máscaras, sem teatrinhos, sem interesses. 

De forma sincera.

Porque esta sempre foi a forma que escolhi para viver a minha vida.

A verdade é que antes eu perdia muito tempo preocupada com aquilo que poderiam pensar a meu respeito, vivendo e sendo quase aquilo que gostavam que eu fosse. 

Agora já não. Para sermos felizes, acredito que temos mesmo de nos saber aceitar da forma que somos, porque só assim seremos capazes de fazer feliz quem mais amamos.

♥♥